sexta-feira, 18 de julho de 2014

carta

Gouveia, 18 de Julho de 2014

Querido Amor,

se eu dissesse a falta que me fazes, talvez não fosses capaz de acreditar... talvez porque eu não demonstro a dor que vive dentro de mim desde que partiste, talvez porque construí uma muralha à minha volta para não te fazer sofrer mais ainda... sei o quanto te está a custar, sei que nada disto foi por nossa inteira vontade mas talvez fosse isso que nós precisávamos, talvez para nos tornar mais "nós" mais ainda... eu não adormeço sem pensar em ti, eu acordo a pensar na falta que me fazes, as saudades que tenho de acordar e chegar á porta de casa e encontrar-te com uma cara ensonada mas sempre a sorrir, tudo para podermos aproveitar um pouco mais do muito tempo que tínhamos juntos e agora ? agora tenho que contar os dias em contagem decrescente e acreditar que tudo está bem e que os muitos dias que faltam são menos, talvez porque assim não custa tanto, talvez porque assim convenço-me a mim mesma de que tudo estará bem dentro de pouco tempo, talvez porque, não sei, talvez porque me quero poupar ao tanto sofrimento que existe dentro de mim, não por tua culpa, mas por causa desta distância horrível... 
porque os últimos meses têm-se construído a partir de vários, imensos, "talvez" e magoa querer dormir e não conseguir devido a todos os pensamentos que sobrevoam a minha cabeça, toda esta nostálgia enorme, mas sei que no fundo isto é o melhor para nós e que aquele futuro com que sempre sonhámos não está assim tão longe quanto isso e um dia tudo vai ser como sonhámos e nesse dia as únicas lágrimas que irão correr pelo meu rosto vão ser de felicidade pois tudo pelo qual lutei estará ali, naquele sítio, naquele momento, á minha frente, um verdadeiro amor mais forte do que alguma vez teria imaginado, mais forte do que distância, mais forte que a saudade, mais forte que qualquer outra coisa...
Com profundo amor,
a tua Princesa.

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